Para complementar o vídeo abaixo, extraído do programa "Na Mira da
Verdade", que vai ao ar na TV Novo Tempo (Canal 14 da Sky, 214 da Oi TV,
184 da Claro TV), todas as segundas e quartas, às 21 horas, transcrevo também a
postagem original do blog Gilson
Medeiros.
A Rede Record tem se especializado em fazer novelas e filmes
sobre histórias da Bíblia. Isso é bom ou ruim? Depende...
Aqueles que conhecem, de verdade, a Bíblia, sabem distinguir
o que é pura ficção (às vezes, frontalmente oposta as Escrituras) e realidade
bíblica. Quem se limita apenas a conhecer a história através do que é mostrado
na TV, está "engolindo" muita heresia... [NOTA #EP: destaco
positivamente os efeitos especiais, figurino e cenários].
Para as próximas semanas, a emissora está anunciando uma
dramaturgia com o tema do RICO E LÁZARO. Ainda não dá para saber se estará
baseado na parábola de mesmo nome nos Evangelhos... Em todo caso, é aguardar
para ver.
Como alguns leitores do Blog solicitaram uma explicação
sobre a passagem encontrada em Lucas 16:19-31, conhecida como a "Parábola
do Rico e Lázaro", estou atualizando aqui um texto disponibilizado há
algum tempo.
Como entender a parábola explanada por Jesus:
Esta parábola nada diz das almas imortais que
"saem" do corpo depois da morte, como alguns espiritualistas creem
(tanto espíritas, quanto católicos, quanto evangélicos). Além do mais, um
princípio fundamental de interpretação bíblica determina que não se pode
basear doutrinas sobre parábolas ou alegorias, pois tais históricas são
meramente ilustrativas.
Eis aqui algumas razões que impedem tomar os personagens
desta parábola de forma literal:
1. Se esta parábola for tomada em forma literal, as Sagradas
Escrituras estariam se contradizendo quanto à inconsciência dos mortos até o
dia em que ressuscitam (cf. Eclesiastes 9:5, 6 e 10; João 11:11-14; 5:28-29).
Vê-se que o ensino bíblico é de que os mortos não estão no Céu, nem no
purgatório, nem no inferno (Atos 2:29 e 34; Jó 3:11-19; 17:13). De modo geral,
os cristãos creem que o Espírito Santo não pode contradizer-se (2 Timóteo
3:15-17; 2 Pedro 1:21), portanto, não podemos considerar a parábola como sendo
a expressão literal do tema da morte.
2. Se esta parábola for tomada literalmente também devemos
aceitar que o Céu e o inferno estão tão próximos que os salvos e os condenados
podem ver-se e ouvir-se. Este seria o maior castigo que poderiam receber todos
quantos se salvem, pois estariam vendo e ouvindo seus entes queridos que se
perderam em sofrimento. Que absurdo! E tanta gente acredita nesta falácia! A
Bíblia declara abertamente que os maus serão totalmente destruídos (Salmo 37:9
e 20).
3. Se esta parábola for interpretada literalmente,
contradiz-se a crença popular de que a alma abandona o corpo no momento da
morte, pois na parábola é dito que Lázaro e o rico estão presentes no
"pós-morte" com seus próprios corpos físicos, pois se mencionam o “dedo”
de um e a “língua” do outro.
Todos sabemos que o corpo permanece na tumba e se desintegra
totalmente. Além disso, a sede que sente o rico é própria do corpo, e, afinal
de contas, de que serviria um “dedo” molhado “em água” para aliviar os rigores
extremos de um fogo verdadeiro? Vê-se que toda a história é recheada de
simbologias, alegorias e analogias.
Conclusão:
Poderíamos explorar muito mais os detalhes da parábola, mas
pelas razões acima já é possível concluir-se que o relato não é literal, e
faz parte de uma série de cinco parábolas que Jesus pronunciou (Lucas 15 e 16)
para destacar verdades básicas.
Jesus baseou esta parábola numa crença comum entre os
judeus, mas contrária às Escrituras, e que havia sido trazida da cultura de
Babilônia, Egito e nações circunvizinhas.
Nosso Senhor tomou muito das coisas conhecidas por Seus
ouvintes para apresentar Suas parábolas; uma maneira fácil de chegar ao
coração, mas não necessariamente uma aceitação incondicional do material, e sim
um argumento que servia de meio para destacar um ensino.
Por outro lado, os judeus colocavam Abraão acima de Jesus:
“Nosso pai é Abraão ... És maior do que o nosso pai Abraão... ?” (João 8:39 e
53; Mateus 3:9). E Jesus põe na boca de Abraão as palavras que este haveria de
ter dito em pessoa: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tão pouco se
deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (São Lucas
16:29-31).
É comum a Bíblia personificar seres inanimados. Por exemplo:
as árvores se reúnem para nomear um rei (Juízes 9:8-15); “O cardo ... mandou
dizer ao cedro ... Dá tua filha por mulher a meu filho” (2 Reis 14:9); “Porque
a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento” (Habacuque
2:11); “Se eles se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lucas 10:40; Mateus
3:9; ver Jó 12:7 e 8).
Também devemos tomar estas declarações de forma literal? É
óbvio que não!
O objetivo de Jesus não era que os elementos fossem
considerados de forma literal, com relação à vida após a morte, mas sim os dois
princípios gerais que se destacam nesta parábola:
1. Que a recompensa se baseará na conduta adotada enquanto
se vive;
2. E que o importante é obedecer à Palavra divina, e não
confiar em nossa raça ou origem, nem mesmo sendo carnalmente “filhos de
Abraão”.
Adaptado de: "Tira Dúvidas", Voz da Profecia.
NOTA #EP: E, depois dessa novela "O Rico e
Lázaro", já está programada outra. O tema? Apocalipse...
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