maio 07, 2025

Daniel 11 Decodificado

 

 

Páginas 232-234

RESUMO

O desenvolvimento histórico da profecia de Daniel 11 foi dividido em seis seções, seguindo a análise verso a verso do texto profético e as direções combinadas das duas estruturas.

(1) O relato profético prepara o cenário desta história particular com “As Guerras de Miguel” (10:21b-11:4), que cobrem os tempos antes do Novo Testamento, sob os reis persas e gregos. Uma pausa parentética no quarto rei da Pérsia, identificado como Artaxerxes, que marca o ponto de partida dos tempos proféticos de Daniel (cf. 9:24-27; 8:14), sugere desde o início que este conflito tem a ver com a história da salvação.

(2) Então, o texto profético faz um salto na história, seguindo a trajetória no texto paralelo de Daniel 8, e nos leva ao tempo do surgimento do pequeno chifre em Daniel 8. “O Preço do Casamento” (11:5-13a) relata o período conturbado do surgimento do Cristianismo como uma instituição formal e poderosa, com o início das alianças entre Igreja e Estado (Constantino, Clóvis), e os consequentes abusos e iniquidades da Igreja Católica Romana e do papado durante a Idade Média, as Cruzadas e a Inquisição. Em seguida, é seguido pela reação do outro lado, incluindo o cativeiro de Avignon e o surgimento do Renascimento e do racionalismo.

(3) “O Drama da Perseguição” (11:13b-27) descreve o processo de perseguição desde seu estabelecimento e desenvolvimento até sua queda. Este é o tempo das guerras de religião e da perseguição intensa, com a ajuda dos jesuítas. A visão destaca o massacre do Dia de São Bartolomeu e traça as intrigas da conversão de Henrique IV ao catolicismo. Este é o tempo do desenvolvimento das missões estrangeiras, quando a Igreja, apoiada pelos jesuítas, se expandiu para todo o mundo. Este período termina com os eventos dramáticos associados à Revolução Francesa e Napoleão (a “ferida”; cf. Apocalipse 13:12), que marcam a queda do poder perseguidor.

(4) Em “Radioscopia Teológica” (11:28-39), a visão não está mais preocupada com a progressão cronológica da história e se concentra no nervo espiritual do conflito em que a Igreja se opõe a Deus e Seu povo. A iniquidade da Igreja é denunciada (“a abominação da desolação” e a retirada do diário do santuário celestial). O evento em perspectiva é o Dia da Expiação escatológico, o julgamento de Deus.

(5) “O Tempo do Fim” (11:40-44) retoma o último evento profético, o ataque do Rei do Sul (“ferida”), marcando o início do tempo do fim e revelando o cenário do tempo do fim. Usando meios sobrenaturais (cf. Apocalipse 13:13), o Rei do Norte (a Igreja) subjugará as forças do Rei do Sul (o campo secular, não religioso).

(6) “A Vitória de Miguel” (11:44-12:1a) conta a história do confronto final entre as forças do Rei do Norte que vêm do oeste e as forças originárias do leste (o campo de Miguel). Este confronto termina com a destruição do poder maligno e a ascensão de Miguel. Este é o fim do “tempo do fim”.

 

ESBOÇO DA HISTÓRIA SUGERIDA E PREVISTA EM DANIEL 11

11:2 Quarto rei persa: Artaxerxes I (465-424 a.C.).

11:3 Alexandre, o Grande (336-323 a.C.).

11:4 Divisão do reino de Alexandre: os Diádocos [quatro generais] (323-330 a.C.); sucessão a “outros além destes”: Roma implícita (330 a.C.).

11:5-8 Surgimento do Cristianismo e do papado, domínio romano (Diocleciano, Constantino); primeiros compromissos (284-476 d.C.). Invasões de tribos bárbaras: Burgúndios, Francos, Visigodos, Vândalos (370-455 d.C.).

11:9-10 Ascensão da supremacia papal: Ostrogodos deixam Roma (533 d.C.). Cooperação entre Igreja e Estado (Clóvis, Carlos Magno); Cruzadas, Inquisições (476-1400 d.C.).

11:11-12 Cativeiro de Avignon (1309-1377 d.C.); Renascimento e racionalismo (1400-1600 d.C.).

11:13-25a Contra-Reforma Católica (Concílio de Trento, 1545-1563 d.C.); expansão missionária; guerras de religião, perseguição (1600-1789 d.C.): Massacre do Dia de São Bartolomeu (1572 d.C.).

11:22 Perseguição ao povo de Deus; mensagem de conforto e esperança: Crucificação de Jesus (70 semanas, 9:25) e Jesus como Sumo Sacerdote (2.300 tardes e manhãs, 8:14).

11:25b-27 Revolução Francesa-Napoleão, Concordata (1789-1798/ 1801- d.C.).

11:28-39 Relato não cronológico, muda para insight teológico: denúncia e julgamento contra a Igreja por usurpação e apostasia, idolatria (“abominação da desolação”) e crimes e perseguição contra o povo de Deus (“a santa aliança”). Tempos proféticos (1.260 dias; 2.300 dias) significam esperança e julgamento.

11:40-45 “Tempo do fim” (1798-1844 d.C.); retoma o registro cronológico (em 11:25b-27, 1798/1801-):

  1. Intensificação dos ataques políticos contra a Igreja (Concordata, 1801 d.C.; invasão dos estados papais por Napoleão, 1809; papado forçado pelo estado italiano a se retirar, 1870 d.C.), dobrado com agressão intelectual secular (correntes crítico-racionais: Darwin, Nietzsche, Wellhausen, 1850-1900 d.C.).
  2. Recuperação eclesiástica (Vaticano I: 1869-1870 d.C.; Tratado de Latrão: 1929 d.C.). Reconhecimento universal; por isso, ameaça de perseguição contra o povo de Deus que escapará (como Edom, Moabe e Amom).
  3. Movimentos de unidade (incluindo poderes eclesiásticos e seculares).
  4. Frente nacionalista unificada contra o campo de Deus (Armagedom): Fim.
12:1a Vinda de Cristo.

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