abril 28, 2009

Análise crítica de “Os Dez Mandamentos” - Parte 6


Na parte anterior, vimos uma pitada de imortalidade da alma. Nesta última parte, veremos a presença do segundo engano satânico: a guarda do domingo.

Curiosidades da Segunda Parte (Drama Moralista)

A segunda parte é uma dramatização que se passa na década de 20 com uma família de São Francisco, Califórnia, composta pela viúva idosa e seus dois filhos. O mais velho é reverente em relação às crenças da mãe e à Bíblia (ainda que apareça fumando um cachimbo, pecando contra o corpo, o santuário do Espírito). O mais moço já é mais liberal e não leva as Escrituras a sério. Na trama, o mais velho quebra todos os mandamentos de todas as formas possíveis, sendo o culpado até da morte da mãe.

Sunday and Sabbath

A certa altura do filme, o filho mais moço está dançando com a sua noiva, e era um domingo. A mãe dos rapazes incomodada aponta na Bíblia o quarto mandamento, conforme relatado em Êxodo 20: “Remember the sabbath-day to keep it holy”. Katherine, a comentarista, diz então: “E, é claro, a mãe vai citar a Bíblia sobre não dançar e cantar num domingo. E eles sabem disso”.



Que sabbath-day é esse? A Palavra de Deus é inequívoca ao descrever o sábado como o sétimo dia da semana.



Ela tira o disco de vinil do aparelho e aparece um close com a inscrição “I´ve got those sunday blues (The Missourians)”. O disco então é quebrado por ela.

O filho mais velho diz:
“Mãe, não há nada neste livro [na Bíblia] contra diversões sadias no domingo!”

Na cena seguinte, a mãe fala:
“Se meus próprios filhos preferem quebrar o sábado [detalhe: aparece escrito sabbath na legenda] com uma incrédula, prefiro guardar sozinha. É hora de ir embora!”

Depois disto, ela (mãe) ameaça ir embora de casa, mas não vai...

Veja que estamos em 1923 e o domingo, nesta época, já tinha a sua reverência garantida nos EUA pelos protestantes. Lembrando que o restabelecimento dos territórios e do poderio do Vaticano aconteceria seis anos mais tarde, com o Tratado de Latrão.


Conclusão

“Desde os tempos mais remotos” a mentira tem sido misturada com a verdade nas telas de cinema. História bíblica é pra dar um ar de importância ao filme e os segredos estão nos detalhes.

É estranho que uma mulher que acredita em reencarnação venha a escrever sobre moralidade e a necessidade de se obedecer a alguma legislação. Afinal, para o espiritismo (expressamente afirmo que detesto essa palavra) a pessoa morre e reencarna, não precisa obedecer a nada e a ninguém.

Em 1923, temos uma prova cinematográfica de que a instituição dominical romana, já estava sendo respeitada pelos protestantes. E temos num só filme o domingo romano, uma família de origem protestante e o roteiro escrito por uma espírita. Que coisa, não?

Recomendação a Katherine, sobre a Bíblia que ela tem em casa: adquira a versão King James.

Breve virá. Vem Senhor Jesus!

Final desta série especial. Acompanhe a série completa no marcador “Os Dez Mandamentos”.

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