agosto 17, 2013

Detalhe de um mistério


Curioso. Pode até ser preciosismo ou mero detalhe especulativo, mas este é um fato que não pode ser negado. Nas últimas décadas, tivemos duas escolhas inéditas de nomes papais. 

Logicamente, quando se escolhe um novo nome, não há certeza de que outro virá a utilizar o mesmo nome. Assim, Jorge Mário Bergoglio passou a se chamar Francisco, e não Francisco I (primeiro). 

Só haveria sentido chamá-lo de Francisco I quando viessem outros Franciscos.

Entretanto...

Voltando no tempo, em 26 de agosto de 1978, após os reinados sequenciais de João XXIII e de Paulo VI, o cardeal italiano Albino Luciani escolheu para si os nomes de seus antecessores. No anúncio papal, ouviu-se então desde o balcão da Basílica Petrina (assista o vídeo, a partir de 01'25")...
Annuntio vobis gaudium magnum;
Habemus Papam:
Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum,
Dominum Albinum
Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Luciani
qui sibi nomen imposuit Ioannis Pauli Primi
  
(Anuncio-vos uma grande alegria; 
Temos Papa:  
O eminentíssimo e reverendíssimo Senhor, Senhor Albino, 
Cardeal da Santa Romana Igreja Luciani, 
Que se impôs o nome de João Paulo Primeiro)



João Paulo "Primeiro"?

Pode ser que, por ser tratar de um pomposo título real, quiseram manter o numeral. Além do mais, a última escolha de um nome inédito antes deste papa, foi em anos bem remotos. 

Mas nenhum deles foi chamado de "Primeiro".

E, valendo-se da mesma lógica, só haveria sentido de chamá-lo "Primeiro" sabendo, com toda certeza, que haveria um "Segundo", pelo menos... E houve mesmo. E o papado alcançou o clímax de sua popularidade com o papa polonês, João Paulo Segundo.


Existe uma história muito mal contada sobre o curto reinado do "papa Sorriso", João Paulo I. Em 33 dias, após a sua eleição, ele estava morto.

Mas, agora, usando da lógica inversa, poderá haver mesmo outro Francisco? O tempo dirá. 

Nada do que está em oculto deixará de ser revelado.

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